Milton Nascimento já
dizia em uma música (Olha): “Tu clamas por liberdade, mas só
aquela que te convém”. Não é um bom convite à reflexão?
O que temos feito de
nossa relativa liberdade e como temos lidado com os recursos que nos
são oferecidos pelas sociedades e pela Terra? E, para piorar um
pouco o apelo às nossas consciências, reconhecemos os reais
impactos de nossas atitudes e escolhas sobre o meio ambiente, sobre a
vida das pessoas que nos cercam ou sobre nossas próprias vidas?
As ciências estão
cheias de respostas para todas as nossas necessidades e problemas
gerados por elas. Também tentam explicar as causas dos males que nos
afligem, claro que sempre recorrendo a milionários fundos de
pesquisa para isso.
Porém, no próprio
meio científico, por exemplo, há quem questione a veracidade da
teoria do “Aquecimento Global Antropogênico”, que, em outras
palavras, significa o aquecimento do planeta pela ação do homem e
as consequências disso para o meio ambiente.
Somente o tema
Aquecimento Global consumirá muito dinheiro em pesquisas ao longo de
muitos anos e ainda seremos bombardeados por muito tempo com todo
tipo de propaganda, que vai de bancos a fábricas de baterias, nos
dizendo que a culpa é nossa e nos oferecendo produtos ecologicamente
responsáveis.
Independentemente do
Aquecimento Global ser real ou não, o fato é que como no antigo
Egito, nosso país é atingido, periodicamente, por diversas
“pragas”.
E por falar em pragas,
para efeito de ilustração, as dez pragas do Egito foram pragas que,
segundo a tradição judaico-cristã, narrada no livro de Êxodo da
Bíblia, Deus enviou pelas mãos de Moisés sobre o Faraó do Egito e
seu povo.
As dez pragas descritas
na Bíblia foram: águas transformadas em sangue, a invasão de rãs,
a invasão de piolhos, a invasão de moscas, peste nos animais, sarna
que rebentava em úlceras, saraiva com fogo, invasão de gafanhotos,
trevas e a morte dos primogênitos.
Modernamente, podemos
enumerar algumas das “pragas” que pela ação direta do homem
impõem sofrimento às pessoas: as mortes no trânsito, a enorme
geração de lixo, a violência, o desrespeito às normas básicas de
convivência, a corrupção, a fome, as doenças como a dengue etc.
Não podemos mais acusar
a falta de informação como o fator para o acontecimento de tais
catástrofes cotidianas. Muito provavelmente, a falta do entendimento
e da vivência da ideia de fraternidade é a principal geradora dos
males atuais.
A ideia de fraternidade,
expressa no primeiro artigo da Declaração Universal dos Direitos do
Homem, considera que o homem, como ser político, faz uma escolha
consciente pela vida em sociedade e estabelece com os outros uma
relação de igualdade e
respeito. É um conceito vital para o estabelecimento da cidadania.
É evidente que,
independente dos rumos do clima ou outro processo global, o que mais
nos incomoda e causa os mais diversos transtornos tem relação
direta com o que acontece localmente, nas comunidades, ou seja, na
relação com o nosso próximo.
Quem age embalado pelo
ideal de fraternidade nunca utilizará seu carro como arma, ameaçando
os pedestres e os outros motoristas; sempre refletirá sobre seus
hábitos de consumo, independente de modismos; não joga lixo nas
ruas, preservando a paisagem urbana; não incomoda os outros com som
alto, colaborando para uma cidade mais agradável; valoriza a escola
pública, fazendo dela uma extensão de sua casa e sempre, sempre,
observa os cuidados para a prevenção e combate à dengue, a praga
que voltou com toda força às nossas cidades.
Às vezes, em um mundo
tão apressado e agressivo, fazer a coisa certa parece difícil ou
não valer a pena. Felizmente, vale a pena sim. A recompensa é uma
vida mais feliz para você e para todos em volta.
Diante de tudo isso, a
grande questão é: nós sempre temos escolha, e as coisas podem ser
diferentes! E por falar em escolhas, vamos ao trabalho! Informação
não nos falta.